Móveis híbridos, com funções flexíveis, pensados para serem usados na coletividade e deliberadamente abertos para serem customizados. Assim o arquiteto e designer Maurício Arruda define a série intitulada COLETIVA. Compondo assemblagens a partir de estruturas tubulares de ferro e de um repertório reduzido e bastante brasileiro de elementos – cintas de couro, palha, tecido, fitas de nylon e madeira, ele cria uma mesa de centro/banco, uma divisória/cabideiro e uma poltrona/estação de trabalho. Conforme são agregados aos arranjos, outros elementos podem criar novas funções e usos. Os móveis traduzem a aposta em um usuário ativo, interessado em assumir a coautoria dos elementos que o cercam. Em oposição ao cânone do designer como solucionador de todos os problemas práticos e à ideia de um design impositivo, que condiciona usos e modos, as peças são projetos abertos, que se realizam na transformação e na adaptação às necessidades e personalidade de quem usa.
Fotos: Lufe Gomes