A informalidade talvez seja um dos traços mais característicos da cultura brasileira - assim como as feiras livres, com seu caos organizado e sua tempestade de formas e estímulos. Foram destes dois traços que surgiu esta família de móveis para armazenagem, unindo materiais e processos menos agressivos ao meio ambiente a uma liberdade formal na composição dos espaços. As caixas de plástico são soltas do móvel, prontas para transitar e mimetizando-se às funções que assumem. As estruturas de madeira e os pés de metal remetem claramente aos caixotes de feira e aos carrinhos utilizados pelos catadores de papel e pelos próprios feirantes. O efeito é harmônico, amplificando as intenções de simplicidade na forma e na função, consciência ecológica e identidade própria. A concepção da coleção percorreu a análise de toda a vida útil do produto de forma a minimizar o desperdício de energia e material e o impacto ambiental, revestindo-se de um contexto socioeconômico e de traços da vida cotidiana tipicamente brasileira.
Fotos: Felipe Morozini